sábado, 25 de maio de 2013

FIOCRUZ desenvolve vacina pioneira e inédita contra esquistossomose


A primeira vacina para esquistossomose acaba de ser aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo. Baseada no antígeno Sm14, desenvolvido e patenteado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina coloca o nome do Brasil na fronteira da ciência mundial, como a primeira vacina para helmintos (vermes). Com um ganho extra: como tem potencial multivalente, a vacina já mostrou ser eficaz para a fasciolose (verminose que afeta o gado) e poderá, potencialmente, ser usada como base para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças humanas causadas por helmintos (Figura 1).

Figura 1: A Sm14 é a primeira vacina anti-helmíntica do mundo.


Assim como em outras vacinas, o imunizante nacional foi produzido a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos – para preparar o sistema imunológico do ser humano à infecção pelo parasito, impedindo que ele se instale no organismo ou que lhe cause danos. Neste caso, é utilizada a proteína Sm14, obtida do Schistosoma mansoni, verme causador da doença na América Latina e na África. 
Os testes clínicos de fase 1, em voluntários humanos, obteve resultados que garantem que a vacina é segura para uso humano e que é imunogênica, sendo capaz de produzir proteção para a doença. O Teste Clínico fase 1 em humanos teve início em maio de 2011, logo após a aprovação do protocolo clínico de pesquisa pela Anvisa e foi conduzido pela equipe do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz).
Agora, com a vacina humana comprovadamente segura, o objetivo maior do Instituto Oswaldo Cruz é transformar a vacina humana em vacina humanitária, garantindo seu acesso às populações de áreas endêmicas em todo o mundo, majoritariamente pobres.

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