A primeira vacina para esquistossomose
acaba de ser aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e
capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo.
Baseada no antígeno Sm14, desenvolvido e patenteado pelo Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz), a vacina coloca o nome do Brasil na fronteira da ciência
mundial, como a primeira vacina para helmintos (vermes). Com um ganho extra:
como tem potencial multivalente, a vacina já mostrou ser eficaz para a
fasciolose (verminose que afeta o gado) e poderá, potencialmente, ser usada
como base para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças humanas
causadas por helmintos (Figura 1).
Figura 1: A
Sm14 é a primeira vacina anti-helmíntica do mundo.
Assim
como em outras vacinas, o imunizante nacional foi produzido a partir de um
antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos – para preparar o
sistema imunológico do ser humano à infecção pelo parasito, impedindo que ele
se instale no organismo ou que lhe cause danos. Neste caso, é utilizada a
proteína Sm14, obtida do Schistosoma mansoni, verme causador da doença
na América Latina e na África.
Os testes
clínicos de fase 1, em voluntários humanos, obteve resultados que garantem que
a vacina é segura para uso humano e que é imunogênica, sendo capaz de produzir
proteção para a doença. O Teste Clínico fase 1 em humanos teve início em maio
de 2011, logo após a aprovação do protocolo clínico de pesquisa pela Anvisa e
foi conduzido pela equipe do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas
(Ipec/Fiocruz).
Agora,
com a vacina humana comprovadamente segura, o objetivo maior do Instituto
Oswaldo Cruz é transformar a vacina humana em vacina humanitária, garantindo
seu acesso às populações de áreas endêmicas em todo o mundo, majoritariamente
pobres.