segunda-feira, 17 de junho de 2013

Quem somos ?



Amanda Rodrigues, Jalles Santos, Marina Sales, Roberta Paixão, 
Samila de Souza e Thaís Moraes

   Nós somos estudantes do primeiro ciclo do segundo módulo de biomedicina da faculdade UniBh, e o  blog foi desenvolvido ao longo do semestre pela disciplina de Trabalho Interdisciplinar de Graduação III que tem como orientador o professor Guilherme Carneiro. 
   O blog tem como intuito apresentar e informar a população sobre os aspectos da esquistossomose mansônica como o ciclo, os sintomas, o tratamento, a prevenção, o controle, entre outros. 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Saiba tudo sobre a Esquistossomose Mansônica

No Brasil, a esquistossomose mansônica é endêmica em vasta extensão do território e considerada, ainda, um grave problema de saúde pública, pois acomete milhões de pessoas, provocando anualmente, um número expressivo de formas graves e óbitos. O agente etiológico é o Schistossoma mansoni, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero Schitossoma. São vermes digenéticos (organismos que, no decorrer do seu ciclo biológico, passam por formas de reprodução sexuada e assexuada) , delgados de coloração branca e sexos separados, onde a fêmea adulta é mais alongada e encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho, denominada de canal ginecóforo (Figura 1).
Figura 1: Formas evolutivas do Schistoma mansoni. 

Outros nomes

A doença é conhecida por diferentes nomes:
  • Xistose
  • Doença do Caramujo
  • Barriga D´água 
  • Esquistossomíase
  • Xistosomose
  • Bilharzíase

Ciclo

O ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no ambiente (Figura 2). Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto, que habitam coleções de água doce com pouca correnteza ou parada. No Brasil, a transmissão depende da presença das espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila.
  
Figura 2: Espécie do gênero Biomphalaria, vetor da esquistossomose.
O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta e se reproduz sexuadamente. Depois desse período, o homem infectado pode transmitir a doença através de ovos, que são eliminados por meio das fezes, ocasionando a contaminação das águas. Os ovos eliminados pelas fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água, que se alojam e se desenvolvem em caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta que, ao permanecer na água contaminam o homem (Figura 3).
Figura 3: Ciclo do Esquistosoma Mansoni


Tratamento


O tratamento da esquistossomose consiste na utilização de medicamentos específicos, para a cura da infecção. Existem dois medicamentos disponíveis para tratamento de crianças e adultos portadores de S. mansoni: o praziquantel e a oxaminiquina.
O praziquantel é administrado via oral em uma dose única de 50mg/kg para adultos e de 60mg/Kg para crianças. A oxaminiquina  é administrado via oral em uma dose única de 20mg/kg para crianças e de 15mg/kg para adultos que deve ser tomado 1 hora após a refeição.
Os remédios caseiros são ineficazes e prejudiciais; também os medicamentos específicos, se tomados em dosagens inadequadas, podem causar problemas e não promovem a cura do doente. Retardando o tratamento a doença pode ter complicações mais graves como ascite - "barriga d´água" (acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade abdominal) (Figura 5).

Figura 5: Portador da parasitose com ascite.


    Prevenção e Controle

    A prevenção e controle da esquistossomose podem ser feitas:

    Pelos órgãos competentes:
    • implantação e tratamento adequado de esgotos sanitários;
    • informar a população sobre a doença e realizar campanhas educativas;
    • Identificação e tratamento dos doentes;
    • Combate ao caramujo hospedeiro através do controle químico e biológico;
    Pela população:
    • construir e usar fossas sanitárias;
    • fazer o uso apenas de água fervida ou filtrada;
    • evitar banhos, pescaria, natação e lavagem de roupa em rios, lagoas, córregos e outras coleções de água;
    • utilizar equipamentos de proteção como luvas e botas de borracha no trabalho em contato com água suspeita ou contaminada;
    • impedir o lançamento de dejetos humanos em coleções de água. 



    sábado, 25 de maio de 2013

    FIOCRUZ desenvolve vacina pioneira e inédita contra esquistossomose


    A primeira vacina para esquistossomose acaba de ser aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo. Baseada no antígeno Sm14, desenvolvido e patenteado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina coloca o nome do Brasil na fronteira da ciência mundial, como a primeira vacina para helmintos (vermes). Com um ganho extra: como tem potencial multivalente, a vacina já mostrou ser eficaz para a fasciolose (verminose que afeta o gado) e poderá, potencialmente, ser usada como base para o desenvolvimento de imunizantes para outras doenças humanas causadas por helmintos (Figura 1).

    Figura 1: A Sm14 é a primeira vacina anti-helmíntica do mundo.


    Assim como em outras vacinas, o imunizante nacional foi produzido a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos – para preparar o sistema imunológico do ser humano à infecção pelo parasito, impedindo que ele se instale no organismo ou que lhe cause danos. Neste caso, é utilizada a proteína Sm14, obtida do Schistosoma mansoni, verme causador da doença na América Latina e na África. 
    Os testes clínicos de fase 1, em voluntários humanos, obteve resultados que garantem que a vacina é segura para uso humano e que é imunogênica, sendo capaz de produzir proteção para a doença. O Teste Clínico fase 1 em humanos teve início em maio de 2011, logo após a aprovação do protocolo clínico de pesquisa pela Anvisa e foi conduzido pela equipe do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz).
    Agora, com a vacina humana comprovadamente segura, o objetivo maior do Instituto Oswaldo Cruz é transformar a vacina humana em vacina humanitária, garantindo seu acesso às populações de áreas endêmicas em todo o mundo, majoritariamente pobres.